Venezuela aponta CIA como responsável por ataque falso a navio dos EUA

m colorida de Destroyer de mísseis guiados da Marinha dos EUA USS Gravely (DDG-107

Acusações surgem em meio a tensões entre Caracas e Washington

Venezuela acusa CIA de planejar ataque falso para justificar agressão militar ao país.

A Venezuela anunciou, nesta segunda-feira (27/10), ter desmantelado uma suposta célula criminosa vinculada à Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), acusando Washington de preparar uma operação de “bandeira falsa” para justificar uma agressão militar ao país. Segundo o chanceler Yván Gil, o plano incluiria um ataque ao contratorpedeiro USS Gravely, da Marinha americana, atualmente atracado em Trinidad e Tobago.

Acusações de provocação militar

O chanceler acrescentou que o grupo “financiado pela CIA” já estaria sendo desarticulado em território venezuelano. A denúncia ocorre em meio à crescente tensão entre Caracas e Washington. Nas últimas semanas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou ter autorizado operações secretas da CIA na Venezuela. Segundo reportagem do portal norte-americano, The Washington Post, os documentos assinados por Trump permitem “ações agressivas” que podem levar à queda do governo de Nicolás Maduro.

Presença militar americana

O governo chavista classificou a presença militar americana no Caribe como uma “provocação hostil”. A chegada do USS Gravely — equipado com mísseis Tomahawk e estacionado a menos de 10 km do território venezuelano — foi vista como parte de uma escalada coordenada pelo comando sul dos EUA. O contratorpedeiro integra uma frota que inclui o porta-aviões Gerald R. Ford, descrito pelo Pentágono como “a plataforma de combate mais letal do mundo”.

Rejeição das acusações

Em comunicado oficial, o governo Maduro acusou Trinidad e Tobago de “renunciar à sua soberania” ao permitir a presença militar norte-americana em seu território. “Trata-se de uma ação que constitui séria ameaça à paz caribenha”, afirmou o texto, que também faz referência a episódios históricos usados pelos EUA para iniciar guerras, como as explosões do navio Maine, em 1898, e o incidente do Golfo de Tonkin, em 1964. O governo de Trinidad e Tobago, por sua vez, rejeitou as acusações e afirmou que o navio americano participa de ações de cooperação em segurança e combate ao crime transnacional.

Mobilização venezuelana

A ofensiva norte-americana no Caribe ocorre sob o argumento de combater o narcotráfico, mas já deixou ao menos 43 mortos desde o início das operações, segundo números do próprio governo dos EUA. Trump acusa o presidente venezuelano de liderar o chamado “Cartel de los Soles”, suposta organização envolvida no tráfico de drogas. Washington oferece uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura de Maduro. Enquanto isso, Caracas mobiliza tropas no litoral e afirma que “defenderá sua soberania sem hesitação”. “A Venezuela não cairá em provocações”, afirma o comunicado venezuelano. “Mas ninguém se engane: estamos prontos para resistir a qualquer tentativa de agressão.”

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