A relação entre Maduro e seus principais parceiros se torna cada vez mais simbólica e distante.
Maduro enfrenta a incerteza de apoio de aliados tradicionais, enquanto EUA intensificam pressões.
Venezuela e a incerteza de seus aliados
A situação política na Venezuela, sob a liderança do presidente Nicolás Maduro, torna-se cada vez mais complexa, especialmente em relação aos seus principais aliados, Rússia e China. O apoio que antes era robusto e abrangente agora parece se restringir a declarações de apoio simbólico, sem ações concretas que possam beneficiar o governo venezuelano. Essa mudança de dinâmica ocorre em um contexto em que os Estados Unidos intensificam sua presença militar na região do Caribe, com a implementação de tropas e equipamentos, incluindo um submarino nuclear.
A mudança de prioridades de Moscou e Pequim
Segundo especialistas, a prioridade de Venezuela para China e Rússia diminuiu consideravelmente. O professor Fernando Reyes Matta, do Centro de Estudos da China na Universidade Andrés Bello, no Chile, explica que tanto Beijing quanto Moscou enfrentam desafios internos significativos. A guerra na Ucrânia, por exemplo, tem exigido recursos substanciais da Rússia, limitando sua capacidade de apoiar aliados como a Venezuela. Além disso, a China busca uma coexistência mais pacífica com os EUA sob a administração de Donald Trump, o que torna arriscado o apoio militar a Maduro.
O impacto das sanções e conflitos
Com a aplicação de sanções rigorosas por parte do Ocidente, a Rússia se vê cada vez mais isolada, o que a impede de comprometer-se com novos aliados. Assim, o apoio a Maduro se torna uma questão de retórica em vez de ação. O professor Vladimir Rouvinski, da Universidade Icesi na Colômbia, aponta que tanto a Rússia quanto a China estão cientes de que defender a Venezuela poderia resultar em sanções adicionais, o que não é viável para suas economias já pressionadas.
As consequências das eleições venezuelanas
A recente eleição presidencial na Venezuela, marcada por alegações de fraude, complicou ainda mais a situação. O Conselho Nacional Eleitoral proclamou Maduro como vencedor, mas sem a transparência necessária. A oposição, liderada pela laureada com o Prêmio Nobel da Paz, María Corina Machado, contestou os resultados, sugerindo que o candidato da oposição, Edmundo González, realmente venceu. Essa falta de legitimidade interna enfraquece ainda mais a posição de Maduro, fazendo com que seus aliados hesitem em oferecer suporte substancial.
O futuro de Maduro e suas alianças
Diante desse cenário, Maduro se encontra em uma posição vulnerável, com a percepção de que seus aliados não estão dispostos a arriscar seu próprio status por um regime que carece de apoio interno. A possibilidade de um novo governo na Venezuela que possa surgir no futuro também leva tanto China quanto Rússia a hesitar em apoiar fortemente Maduro agora. Esse delicado equilíbrio de poder sugere que a era de apoio incondicional a Maduro pode estar chegando ao fim, enquanto o mundo observa as repercussões dessas dinâmicas regionais.
Fonte: www.bbc.com
Fonte: Composite picture shows Nicolás Maduro on the left, with his hands at his temples wearing a suit and blue-striped tie. On the right is Vladimir Putin, in a blue



