Análise revela como a propaganda venezuelana busca desviar a atenção da crise interna
A Venezuela tem utilizado humor e charges como estratégia de propaganda em resposta às tensões com os EUA.
Propaganda venezuelana em tempos de crise
A propaganda venezuelana tem se mostrado uma ferramenta essencial nas tensões entre o país e os Estados Unidos. Um exemplo notável é o desenho animado “Super Bigode”, que, desde 2021, se torna uma peça central na comunicação oficial. O personagem, uma paródia do líder Nicolás Maduro, simboliza a resistência venezuelana, apresentando-se como um herói que luta contra as ameaças externas.
O papel do humor e da sátira
O uso de humor e sátira na propaganda é uma estratégia intencional para desviar a atenção dos problemas internos, como a crise econômica e a escassez de recursos. Em um episódio recente, “Super Bigode” aparece em um uniforme militar, afirmando que a Venezuela não possui uma “cultura belicista”, contrastando com a retórica agressiva de Donald Trump. Essa dualidade nas mensagens reflete a complexidade da situação política atual.
A estratégia de comunicação de Maduro
O presidente Maduro, em suas aparições públicas, tem buscado se posicionar como um pacificador. Ele frequentemente apela para o diálogo com os EUA, o que contrasta com a postura bélica que poderia ser esperada em tempos de conflito. Sua abordagem é um reflexo de uma estratégia mais ampla, onde as tensões são minimizadas e o governo tenta manter a calma entre a população.
Diosdado Cabello e a retórica agressiva
Em contrapartida, Diosdado Cabello, ministro do Interior e apresentador de um popular programa de TV, adota uma postura mais agressiva. Ele utiliza seu espaço para atacar a oposição e promover as narrativas do governo, destacando que as ações dos EUA são uma agressão direta à soberania venezuelana. Cabello representa o lado mais combativo da propaganda, contrastando com o tom conciliador de Maduro.
Mobilização militar nas redes sociais
Nos últimos meses, o governo venezuelano também tem aumentado a presença militar nas redes sociais, com vídeos de soldados em treinamento e mensagens de prontidão para a guerra. Essas postagens visam reforçar a imagem de uma Venezuela forte e unida contra as ameaças externas, mesmo que a realidade seja de um país sob pressão interna.
O dilema da liderança venezuelana
O grande desafio para Maduro e Cabello é equilibrar a mobilização da população contra inimigos externos, como os EUA, sem provocar pânico em um país já fragilizado. O uso de figuras como o Super Bigode serve para criar uma narrativa de resistência e força, enquanto as dificuldades no dia a dia da população permanecem. Isso levanta a questão: até onde a propaganda pode ser eficaz em uma realidade tão complexa e desafiadora? Como o governo continuará a navegar por essas tensões, será que o Super Bigode realmente desembainhará sua espada se a situação se agravar?
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
Fonte: Pedro Mattey