Wagner Moura vê ‘inveja’ dos EUA no julgamento de Bolsonaro: ‘Instituições funcionando’

O ator Wagner Moura, conhecido por sua carreira internacional, revelou ter sentido um clima de hostilidade ao apresentar seu novo filme, “O Agente Secreto”, em festivais nos Estados Unidos. A declaração foi feita durante a estreia do longa em Recife, Pernambuco, na última quarta-feira (10).

Moura traçou um paralelo entre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado por tentativa de golpe de Estado, e a situação de Donald Trump nos EUA. “A gente está hoje vendo as instituições funcionando [no Brasil], vendo um crime contra a democracia sendo julgado pelo Supremo Tribunal Federal, enquanto que nos festivais norte-americanos pelos quais o filme passou, a gente sentia uma certa tristeza dos americanos, quase uma inveja”, afirmou em entrevista à BBC News Brasil. O ator sugere que a responsabilização de Bolsonaro contrasta com a impunidade percebida em relação a eventos similares nos Estados Unidos.

A comparação entre os acontecimentos que levaram à condenação de membros do governo Bolsonaro e os eventos pós-eleições de 2020 nos EUA, após a derrota de Donald Trump para Joe Biden, é frequente. A percepção de que as instituições brasileiras estão agindo para responsabilizar figuras por ataques à democracia parece gerar incômodo em um contexto onde acusações semelhantes não resultaram em punições equivalentes.

Contudo, é importante ressaltar uma imprecisão na declaração original. O texto afirma que Trump teria sido reeleito em 2024 após ser absolvido, o que não corresponde à realidade factual. O ex-presidente não concorreu nem foi reeleito neste ano.

PUBLICIDADE

Relacionadas: