Análise do setor de distribuição de combustíveis
XP Investimentos eleva os preços-alvo de Vibra e Ultrapar, mas mantém recomendação de compra apenas para a Vibra.
A XP Investimentos revisou suas projeções para o setor de distribuição de combustíveis, elevando os preços-alvo de Vibra (VVBR3) e Ultrapar (UGPA3). No entanto, apenas a Vibra manteve recomendação de compra. Os analistas Regis Cardoso e João Rodrigues destacam que o terceiro trimestre de 2025 deve mostrar uma recuperação significativa nas margens e nos resultados das distribuidoras, após um segundo trimestre pressionado por perdas de estoque e queda nos preços do petróleo.
Perspectivas do setor
A corretora observa que os efeitos das ações contra práticas ilegais no setor ainda são limitados e o impacto do fechamento da refinaria da Refit deve ser sentido apenas no quarto trimestre. Entre os principais riscos para o setor, a XP cita juros altos, um ambiente desfavorável para fusões e aquisições, e a queda estrutural na demanda por combustíveis líquidos, em decorrência da transição energética e eletrificação da frota.
Preço-alvo e recomendações
A XP elevou o preço-alvo da Vibra para R$ 30 por ação (ante R$ 26 anteriormente), o que representa um potencial de alta de cerca de 24%. A recomendação de compra é sustentada por um rendimento de FCFE (Fluxo de Caixa Livre para o Acionista) estimado em 14% para 2026 e perspectivas de margens mais saudáveis. O Ebitda consolidado previsto é de R$ 1,74 bilhão no trimestre, com o segmento de combustíveis contribuindo com R$ 1,52 bilhão, alta de 55% em relação ao período anterior.
Para a Ultrapar, a corretora aumentou o preço-alvo para R$ 25 por ação (de R$ 19), com um potencial de valorização de 18%, mas manteve a recomendação neutra, devido a rendimentos de FCFE menores, estimados em cerca de 12% para 2026. O Ebitda consolidado deve ser sustentado pela Ipiranga, com R$ 914 milhões, e pela Hidrovias do Brasil, com R$ 341 milhões, enquanto a Ultragaz deve registrar leve alta para R$ 455 milhões. A Ultracargo, por sua vez, tende a mostrar queda de 13%, para R$ 122 milhões, refletindo um mercado mais fraco.