Mudanças no yuan digital refletem estratégia contra criptomoedas.
China implementa juros sobre depósitos em yuan digital, reforçando controle financeiro.
Yuan digital com juros: um novo marco na economia chinesa
A implementação de juros sobre os depósitos em yuan digital (e-CNY) a partir de 1º de janeiro de 2026 representa uma mudança significativa na estratégia monetária da China. O Banco Central da China (PBoC) busca não apenas modernizar sua moeda, mas também enfrentar o crescimento das criptomoedas e das stablecoins, que proliferam no mercado financeiro global.
O papel crescente do yuan digital
O e-CNY está se transformando de um simples meio de pagamento digital para um depósito bancário digital, conforme explicado por Lu Lei, vice-presidente do PBoC. Essa mudança é crucial em um contexto onde o controle governamental sobre o sistema financeiro é cada vez mais desafiado por moedas digitais não regulamentadas. Com a nova regulamentação, o yuan digital também contará com um seguro de depósitos, se aproximando mais do sistema bancário tradicional.
Os números refletem a adoção crescente do yuan digital: até novembro de 2025, foram processadas 3,48 bilhões de transações, totalizando cerca de 16,7 trilhões de yuans (aproximadamente US$ 2,38 trilhões). Essa expansão é um indicativo da confiança que o governo chinês deposita em sua moeda digital.
A repressão às criptomoedas
Paralelamente ao fortalecimento do yuan digital, a China continua sua postura rigorosa em relação às criptomoedas. O governo já fechou mais de 400 mil operações de mineração de bitcoin na região de Xinjiang, evidenciando sua intenção de limitar a influência das criptomoedas no país. Além disso, o PBoC recentemente criticou as stablecoins, associando-as a atividades ilícitas como lavagem de dinheiro e fuga de capitais.
A combinação da introdução de juros no yuan digital com o cerco às criptomoedas revela uma estratégia clara: a China quer preservar sua autoridade monetária e controlar os fluxos financeiros em um mundo cada vez mais digitalizado.
Implicações e perspectivas futuras
As mudanças no sistema financeiro chinês têm impactos não apenas internos, mas também internacionais. A plataforma multi-CBDC (mBridge) do Banco de Compensações Internacionais (BIS), que facilita pagamentos transfronteiriços, já mostra que o yuan digital é uma moeda dominante, respondendo por 95,3% do volume financeiro das operações realizadas.
Com a nova política de juros sobre depósitos em e-CNY, a China poderá estimular ainda mais sua economia digital, atraindo usuários e empresas para sua rede de pagamentos. Essa evolução é um passo estratégico em um mundo onde a digitalização das finanças é inevitável, e a ocupação de espaços por moedas digitais privadas está em constante crescimento.
Os próximos anos serão cruciais para observar como essas políticas impactarão não apenas a economia chinesa, mas também o cenário financeiro global.
Fonte: www.moneytimes.com.br
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