Ucrânia e Estados Unidos discutem plano de paz que pode impactar a guerra com a Rússia.
Zelensky discutirá plano de paz dos EUA com Trump, mas Ucrânia não foi consultada na elaboração.
Zelensky e Trump: um diálogo necessário sobre o plano de paz dos EUA
Volodymyr Zelensky se prepara para dialogar com Donald Trump após os Estados Unidos apresentarem um plano de paz para a Ucrânia. Este plano visa encerrar o conflito com a Rússia, mas foi elaborado sem a participação direta da Ucrânia, gerando preocupações entre os líderes ucranianos. A proposta, que inclui elementos que favorecem a Rússia, foi elaborada pelo enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, e seu colega russo, Kirill Dmitriev.
A declaração do escritório de Zelensky sugere que os EUA acreditam que o plano pode “ajudar a reavivar a diplomacia”. No entanto, a Ucrânia expressou sua hesitação, afirmando que está disposta a trabalhar nas disposições do plano, desde que isso leve a um fim justo para a guerra. O governo ucraniano declarou apoio a todas as propostas substanciais que possam concretizar a paz genuína.
Detalhes controversos do plano de paz
Embora os detalhes do plano não tenham sido divulgados pela Ucrânia, fontes indicam que ele pode exigir que Kyiv renuncie a áreas do Donbas, reduza significativamente o tamanho de suas forças armadas e abandone parte de seu arsenal. Essa condição, se confirmada, representaria uma grande concessão em favor de Moscou, levando a uma reação morna de Kyiv diante do rascunho.
O porta-voz da Casa Branca afirmou que Trump está frustrado com a falta de compromisso tanto da Rússia quanto da Ucrânia em relação a um acordo de paz. O ex-presidente e sua equipe estão trabalhando em um plano detalhado que, segundo eles, seria aceitável para ambas as partes.
A importância do plano, no entanto, foi minimizada por Moscou, que enfatizou que não houve um processo formal de consultoria com os EUA. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, destacou que qualquer acordo de paz deve abordar as “causas profundas do conflito”, um termo que, para a Ucrânia, pode se traduzir em exigências que equivalem a capitulação.
Reações na Ucrânia e na Europa
Após uma reunião em Kyiv com figuras militares dos EUA, incluindo o Secretário do Exército, Dan Driscoll, e o comandante do Exército na Europa, Gen. Chris Donahue, Zelensky expressou preocupação com a falta de consulta à Ucrânia sobre o plano. A parlamentar ucraniana Lisa Yasko criticou a situação, afirmando que a Ucrânia não foi consultada e que isso é doloroso para os ucranianos.
Os ministros das Relações Exteriores da Europa também alertaram contra a formulação de propostas sem consulta a Kyiv ou Bruxelas. Kaja Kallas, chefe da política externa da UE, reiterou que qualquer plano deve ter o apoio dos ucranianos e europeus para ser eficaz.
O cenário atual da guerra
Enquanto os esforços diplomáticos continuam, a guerra entre a Ucrânia e a Rússia permanece intensa. A Ucrânia tem demonstrado habilidade em atacar infraestruturas militares russas, mas os ataques contra alvos ucranianos não mostram sinais de diminuir. Recentemente, uma série de ataques aéreos resultou na morte de pelo menos 26 pessoas em Ternopil, uma cidade no oeste da Ucrânia, com muitos ainda desaparecidos após os ataques.
À medida que o quarto aniversário da invasão em grande escala da Rússia se aproxima, as duas partes continuam profundamente divididas sobre como pôr fim ao conflito, tornando o diálogo entre Zelensky e Trump ainda mais crucial.
Fonte: www.bbc.com
Fonte: s Volodymyr Zelensky wearing a black shirt
