Empreendedorismo sênior em alta no Brasil

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Pesquisa aponta aumento de empreendedores com mais de 55 anos e reforça o papel da tecnologia e da longevidade na atividade econômica

Em 2024, 13,3% dos novos negócios abertos no Brasil foram iniciados por empreendedores com mais de 55 anos, conforme dados do Monitor Global de Empreendedorismo (GEM), uma pesquisa realizada em 56 países. O aumento está diretamente ligado à longevidade e à necessidade de geração de renda diante de um mercado de trabalho mais restrito para pessoas mais velhas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida da população brasileira atingiu 77 anos em 2023, um crescimento de quase 10 anos desde 1990. Com maior longevidade e qualidade de vida, muitos brasileiros acima dos 60 anos continuam ativos e saudáveis, optando por empreender como forma de se manter produtivos e independentes financeiramente.

Rafael Caribé, CEO da Agilize Contabilidade, explica que esse público busca manter-se economicamente ativo, muitas vezes por necessidade, mas também por desejo de continuar contribuindo com a sociedade. “A experiência acumulada ao longo dos anos é um diferencial. No entanto, é fundamental que esses empreendedores se formalizem e utilizem ferramentas tecnológicas que otimizem seus negócios”, afirma.

A formalização, segundo o CEO, é essencial para quem quer empreender em qualquer idade e  garante acesso a direitos previdenciários, maior segurança jurídica e possibilidade de emitir notas fiscais. “Para muitos, o registro como Microempreendedor Individual (MEI) é a porta de entrada mais viável, dada a simplicidade e os custos reduzidos”, explica Caribé.

No entanto, nem todas as atividades econômicas são compatíveis com o regime de MEI. A legislação brasileira estabelece uma lista específica de ocupações permitidas, excluindo profissões regulamentadas por conselhos de classe, como médicos, engenheiros, arquitetos e advogados, entre outros. Por isso, é essencial que o futuro empreendedor consulte previamente a relação de atividades permitidas no Portal do Empreendedor, garantindo que sua atuação esteja dentro dos limites legais e evitando sanções ou desenquadramentos.

Além disso, a familiaridade com a tecnologia torna-se um diferencial importante. Automação de vendas, gestão de estoque, atendimento via chatbots com inteligência artificial e plataformas de e-commerce são ferramentas que ajudam a otimizar processos e a aumentar a competitividade. 

“É essencial que o empreendedor 50+ esteja aberto ao aprendizado contínuo e à adoção de soluções digitais que facilitem sua rotina e melhorem os resultados”, reforça Caribé.

O aumento da longevidade, associado à maior conectividade, transforma o perfil do empreendedor brasileiro. Pessoas com mais de 60 anos hoje acessam redes sociais, fazem compras online e consomem conteúdo digital, o que cria um ambiente mais propício para atuação empresarial, inclusive em setores inovadores.

“Dessa forma, a longevidade deixa de ser um fator limitador e passa a ser um motor para o empreendedorismo, que ganha novos rostos, novas faixas etárias e novas formas de atuação”.finaliza Caribé.

Passo a passo para o empreendedor sênior iniciar um novo negócio:

  1. Tenha uma ideia com base na sua trajetória: observe problemas que você sempre enfrentou no setor onde trabalhou. Sua experiência pode se transformar em soluções viáveis.
  2. Pesquise o mercado: entenda quem são seus potenciais clientes, qual é a concorrência e quais oportunidades existem. Utilize fontes como o Sebrae e o IBGE para mapear o cenário.
  3. Verifique se a atividade é permitida como MEI: consulte a lista atualizada no Portal do Empreendedor.
  4. Formalize-se: se a sua atividade for compatível, registre-se como MEI. Caso contrário, avalie a criação de uma microempresa (ME) com apoio contábil.
  5. Utilize sua experiência a favor do negócio: aplique o conhecimento acumulado em processos, atendimento ao cliente e planejamento estratégico.
  6. Invista em capacitação digital: familiarize-se com ferramentas de gestão, redes sociais e comércio eletrônico para melhorar sua presença de mercado.
  7. Procure apoio especializado: contadores, consultores e instituições como o Sebrae oferecem suporte técnico e gratuito para a criação de negócios.

 

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