A proposta de Donald Trump de construir um “Domo de Ouro” para defender os EUA de mísseis hipersônicos reacendeu debates sobre a viabilidade de sistemas de defesa espacial. Analistas traçam paralelos com a iniciativa “Guerra nas Estrelas” de Ronald Reagan nos anos 80, um projeto ambicioso que esbarrou em limitações tecnológicas da época. A questão central é se a tecnologia atual avançou o suficiente para tornar o sonho de Trump uma realidade, ou se ele enfrenta os mesmos obstáculos que seu antecessor.
De acordo com Lourival Sant’Anna, analista da CNN, a vulnerabilidade dos Estados Unidos a mísseis hipersônicos é o principal motivador da proposta. Essas armas, com sua velocidade e manobrabilidade superiores, representam um desafio formidável para os sistemas de defesa existentes. O “Domo de Ouro” buscaria interceptar essas ameaças no espaço, criando um escudo protetor sobre o país.
No entanto, a implementação desse sistema enfrenta desafios significativos, tanto tecnológicos quanto financeiros. “Não havia tecnologia suficiente. Nós estamos falando de centenas de bilhões de dólares, potencialmente trilhões de dólares”, alertou Sant’Anna, ecoando as preocupações sobre o custo astronômico do projeto. A complexa situação fiscal dos EUA, com uma dívida nacional superior ao seu PIB, agrava ainda mais as dúvidas sobre a viabilidade financeira.
A ambição de Trump de um “Domo de Ouro” também levanta preocupações sobre uma possível escalada armamentista no espaço. A China já demonstra interesse em tecnologias similares, com testes de mísseis orbitais realizados em 2021. A criação de uma força espacial dedicada pelos EUA, seguindo o modelo chinês, poderia intensificar a competição e desestabilizar a segurança global.
Enquanto a necessidade de defesa nacional é inegável, muitos questionam se o “Domo de Ouro” é uma solução pragmática ou uma manobra política. O debate sobre o custo-benefício, a viabilidade tecnológica e as implicações geopolíticas dessa proposta promete dominar as discussões sobre segurança nacional nos próximos anos.
Fonte: http://www.cnnbrasil.com.br