terça-feira, junho 17, 2025

Obsessão por músculos nas redes sociais alimenta transtornos alimentares e põe em risco a saúde

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A busca incessante por corpos musculosos, impulsionada pelas redes sociais, está criando uma nova forma de transtorno alimentar, alertam especialistas. A pressão estética, antes restrita a atletas de elite, agora atinge homens e mulheres comuns, fomentando hábitos alimentares perigosos e uma obsessão pela imagem corporal.

Um estudo da Universidade de Westminster, no Reino Unido, aponta para o “comer transtornado orientado para a muscularidade” (Mode), caracterizado por um foco excessivo no ganho de massa muscular magra. Esse transtorno se manifesta através do consumo exagerado de suplementos, dietas restritivas e controle obsessivo de macronutrientes.

Ao contrário da anorexia e bulimia, o Mode está diretamente ligado à busca por um físico musculoso, afetando principalmente jovens do sexo masculino. No entanto, assim como outros transtornos alimentares, ele pode comprometer a vida social, o bem-estar emocional e a saúde física.

As redes sociais, com seus algoritmos que amplificam corpos idealizados e conteúdo “fitspiration”, desempenham um papel crucial nesse cenário. “Essas representações altamente selecionadas de corpos musculosos não apenas reforçam ideais corporais irrealistas, como também podem fomentar insatisfação com a imagem corporal, aumentar a fixação muscular e levar a distúrbios alimentares”, explica Alison Fixsen, professora de psicologia e autora do estudo.

Influenciadores digitais, muitas vezes em parceria com marcas de suplementos, promovem padrões inatingíveis e estilos de vida insustentáveis, incentivando o uso de produtos potencialmente prejudiciais sem o devido acompanhamento profissional. De acordo com um estudo de 2019, 22% dos homens e 5% das mulheres entre 18 e 20 anos relataram comportamentos compatíveis com o Mode.

A preocupação excessiva com o desenvolvimento muscular pode desencadear compulsão alimentar, ortorexia nervosa e outros transtornos. O consumo exagerado de suplementos proteicos, muitas vezes ricos em substâncias artificiais e metais pesados, também pode causar danos à saúde.

No âmbito social e emocional, o Mode leva ao isolamento, à priorização da dieta e do treino em detrimento de outras áreas da vida, além de causar sentimentos de culpa e depressão. “Reconhecer o Mode como uma preocupação legítima de saúde pública é essencial para cultivar uma cultura fitness mais inclusiva e saudável”, conclui a professora Fixsen. Escolas, academias e profissionais da área devem estar atentos aos sinais do transtorno e promover hábitos saudáveis e realistas.

Fonte: http://www.metropoles.com

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