Aumento significativo nos gastos com publicidade nas redes sociais
Governo Lula intensifica contratações de influenciadores digitais, com aumento de 360% nos gastos em setembro.
O governo federal tem intensificado a contratação de influenciadores digitais para divulgar ações institucionais e programas sociais. Em setembro de 2023, os gastos com anúncios políticos do governo na plataforma Meta (Facebook e Instagram) atingiram R$ 8,4 milhões, um aumento de 360% em relação ao bimestre anterior, quando o investimento foi de R$ 4,7 milhões. Essa estratégia busca aumentar o alcance das mensagens oficiais, especialmente entre públicos mais jovens e em segmentos como cultura e entretenimento.
Crescimento dos gastos com publicidade
Esse aumento coloca o governo Lula como o principal patrocinador de conteúdo político impulsionado no país. Modelos semelhantes já foram adotados por outras instituições de esquerda, como o Partido dos Trabalhadores (PT) e o Supremo Tribunal Federal (STF), que também promovem eventos com influenciadores. Em agosto, 26 criadores de conteúdo foram convidados pelo STF a visitar a Corte em Brasília. Em outubro, o PT realizou o seminário PTech, focado na atuação digital do partido.
Críticas e questionamentos
A Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) não detalhou os critérios, valores ou períodos de contratação dos influenciadores, o que gerou críticas da oposição. A polêmica se intensificou após a tramitação do projeto de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, assunto promovido por diversos criadores contratados. Alguns influenciadores mantêm perfis neutros, enquanto outros adotam uma abordagem mais política, com histórico de apoio ao governo ou críticas à direita.
Presença em eventos e apoio ao governo
Além das postagens nas redes sociais, muitos influenciadores têm participado de eventos promovidos ou apoiados pelo governo, como a conferência “Desperta 2025”, do Instituto Conhecimento Liberta (ICL), e encontros na Usina Binacional de Itaipu. Os conteúdos divulgados incluem programas como o Luz para Todos e críticas à atuação da oposição, mas, em geral, os influenciadores mantêm uma postura favorável à gestão federal.
Reações da oposição
A oposição questiona a legalidade e a finalidade dos contratos, especialmente quanto ao uso de recursos públicos para impulsionar conteúdos que, em alguns casos, ultrapassam o caráter informativo e assumem tom ideológico. Os parlamentares pedem explicações da Secom sobre o uso de verba pública em ações que envolvem promoção pessoal e defesa do governo. Até o momento, o Palácio do Planalto não respondeu oficialmente aos pedidos de esclarecimento.