terça-feira, junho 10, 2025

Cúrcuma: Ação Anti-Inflamatória Beneficia Intestino e Cérebro, Aponta Estudo

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Há séculos um pilar na culinária asiática, a cúrcuma, especiaria conhecida por sua cor vibrante e sabor característico, transcendeu as cozinhas e agora se destaca em pesquisas científicas globais. Um estudo recente, publicado na revista Nutrients, detalha as propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes da cúrcuma, além de seu potencial neuroprotetor, confirmando o que muitos já intuíam sobre essa raiz poderosa, também chamada de açafrão-da-terra.

Pesquisadores italianos conduziram a pesquisa, revelando os intrincados mecanismos moleculares e as diversas vias de atuação da substância no organismo humano. Gabriela Mieko Yoshimura, nutricionista do Espaço Einstein de Reabilitação e Esporte, do Hospital Israelita Albert Einstein, destaca a importância da revisão: “Trata-se de uma revisão completa e atualizada, que comprova efeitos já conhecidos e traz novas perspectivas sobre a curcumina, o principal composto bioativo da cúrcuma”.

A curcumina, um pigmento pertencente ao grupo dos polifenóis, desempenha um papel crucial na proteção das plantas contra adversidades ambientais, como radiação ultravioleta e variações climáticas extremas. No corpo humano, essa ação se traduz, principalmente, na neutralização dos radicais livres, átomos instáveis que podem causar danos celulares. Os polifenóis, dessa forma, atuam como antioxidantes, atenuando o estresse oxidativo e preservando a saúde das células.

Além de sua ação antioxidante, a curcumina demonstra eficácia no combate a processos inflamatórios, especialmente no intestino. Segundo o estudo italiano, a curcumina contribui para a produção de ácidos graxos de cadeia curta, essenciais para a integridade da barreira intestinal. Este mecanismo impede que agentes nocivos alcancem a corrente sanguínea e desencadeiem inflamações, minimizando o risco de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, e protegendo contra inflamações relacionadas à obesidade.

O estudo também ressalta a conexão entre o intestino e o cérebro, conhecida como eixo intestino-cérebro, uma via de comunicação que envolve neurotransmissores como a serotonina, influenciando a sensação de bem-estar. Contudo, a pesquisa aponta para a baixa biodisponibilidade da curcumina presente na cúrcuma, o que dificulta a obtenção de todos os benefícios através da alimentação.

“São necessários mais estudos para determinar [a quantidade ideal]. Porém, as evidências mostram que a substância tem grande potencial”, afirma Yoshimura, sugerindo que a suplementação pode ser uma alternativa eficaz, desde que sob orientação médica ou nutricional. A especialista enfatiza que a cúrcuma é um complemento a um estilo de vida saudável, que inclui alimentação equilibrada, atividade física, controle do estresse e descanso adequado.

Para otimizar o consumo da cúrcuma, a nutricionista recomenda combiná-la com gorduras saudáveis, como azeite, e pimenta-preta, que contém piperina, substância que aumenta a biodisponibilidade da curcumina. O curry, tradicional condimento indiano, é um exemplo de combinação benéfica, pois contém cúrcuma, pimenta-preta e outras especiarias. Outra opção é o golden milk, bebida à base de cúrcuma, leite (inclusive vegetal) e pimenta-do-reino, popular na Ásia e crescente no Ocidente. A escolha de como incluir a cúrcuma no dia a dia, portanto, fica a critério de cada um, respeitando suas preferências e necessidades.

Fonte: http://www.metropoles.com

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